
Hoje, dia 24 de maio de 2024, comemoram-se os 126 anos do nascimento do escritor português Ferreira de Castro.
José Maria FERREIRA DE CASTRO nasceu em Salgueiros, Freguesia de Ossela (Oliveira de Azeméis), a 24-05-1898, e faleceu no Porto, a 29-06-1974. Era filho de José Estáquio Ferreira de Castro e de Maria Rosa Soares de Castro. Foi casado, primeiro com a Escritora Diana de Liz e, depois da morte desta, com Elena Muriel, Pintora espanhola.
Emigrou aos 12 anos para o Brasil, onde trabalhou durante quatro anos num seringal da Amazónia. Esta experiência serviu-lhe de base ao seu mais famoso romance, “A Selva” (1930). Seguiu depois para Belém do Pará, onde escreveu o seu primeiro romance, “Criminoso por Ambição” (1916), e onde, para além de outros trabalhos, colaborou na imprensa, fundando o jornal “Portugal”.
Em 1919, regressou a Lisboa. Fundou a revista “A Hora” (1922) e o magazine “Civilização” (1928) e acumulou funções nas publicações “O Século”, “ABC”, e “O Diabo”.
Em 1922, iniciou a publicação de novelas e seis anos depois saía o seu primeiro romance da fase de maturidade literária, “Emigrantes” (1928), que marca, uma transição para o Neorrealismo na literatura portuguesa. Nesta obra, o autor debruça-se sobre questões sociais e humanitárias de um grupo desfavorecido a que ele próprio pertencera. O novo ciclo de realismo social na obra do escritor, mais preocupado com o fundo humano do que com a perfeição formal, prosseguiu com “A Selva”, romance que lhe granjeou grande fama internacional, sendo traduzido para várias línguas.
Fundou jornais e revistas, foi Jornalista e Presidente do Sindicato. Mas o golpe de 1928 e a censura que se lhe seguiu obrigam-no a fixar-se n”O Século”, cuja redação abandonou em 1934. Nessa altura viajou pelo Mediterrâneo e publicou livros de viagens. Depois de abandonar a direção de O Diabo, após uma curta passagem em 1935, viaja à volta do mundo. As vendas e as traduções dos livros deram-lhe, então, algum desafogo. Da obra, destacam-se Terra Fria (1934) sobre o Barroso, A Lã e a Neve (1947), romance-reportagem sobre os pastores na serra da Estrela e proletariado têxtil da Covilhã. Seguem-se-lhe A Curva na Estrada (1950), sobre a Guerra Civil Espanhola, e A Missão (1954).
Integrou a Comissão Consultiva e a Comissão de Escritores Jornalistas e Artistas do Movimento da Unidade Democrática (MUD).
Em 1962, foi eleito por unanimidade Presidente da Sociedade Portuguesa de Escritores, da qual era o sócio nº 2 e Aquilino Ribeiro o nº 1.
Em 1974, acolheu o 25 de Abril com grande emoção e participou logo no primeiro 1º de Maio.
O seu nome faz parte da toponímia de várias cidades portuguesas, nomeadamente de Évora, tal como a sua grande paixão, a escritora Diana de Liz.
 DIANA DE LIZ é o pseudónimo de Maria Eugénia Haas da Costa Ramos, escritora e jornalista, nasceu em Évora, a 29-03-1892 e faleceu em Ossela (Oliveira de Azeméis), a 30-05-1930. Era filha de Zacarias José da Costa, Oficial do Exército, e de Margarida Amélia Haas da Costa Ramos. Aos oito anos de idade os pais fixaram residência em Lisboa.
DIANA DE LIZ é o pseudónimo de Maria Eugénia Haas da Costa Ramos, escritora e jornalista, nasceu em Évora, a 29-03-1892 e faleceu em Ossela (Oliveira de Azeméis), a 30-05-1930. Era filha de Zacarias José da Costa, Oficial do Exército, e de Margarida Amélia Haas da Costa Ramos. Aos oito anos de idade os pais fixaram residência em Lisboa.
Na capital, a menina recebeu esmerada educação, tendo aprendido com extrema facilidade as línguas francesa, inglesa e italiana. Aprimorou entretanto o estudo da língua pátria e dedicou-se à música. Aos 20 anos tinha cumprido a formação intelectual e tornara-se uma mulher moderna, desempoeirada e desejada nos meios mais elegantes da sociedade lisboeta. Ademais era bonita, muito feminina e sensual.
Continuava a ir a Évora, acompanhando os pais que amiúde se deslocavam para se inteirarem do estado das suas lavouras; outras vezes, corria a visitar a madrinha, que a adorava. E, com espírito diletante, cultivava a escrita em prosa (pequenas novelas) ou em verso, material que ia colocando em vários periódicos sob o nome por que era conhecida entre as amigas: Mimi Haas. Assim aconteceu no “Correio da Manhã”, no “Diário de Notícias”, no “Diário de Lisboa”, no “Magazine Bertrand”, na “Vida Feminina” e outros. Foi no primeiro destes periódicos que, em 1923, utilizou pela primeira vez o pseudónimo Diana de Liz, o qual não viria a abandonar até final da sua curta existência.
Por este se tornou igualmente conhecida no estrangeiro, escrevendo para o “ABC” de Madrid e para o “El Suplemento” de Buenos Aires.
Nestas andanças veio a conhecer, em 1926, o Jornalista e Escritor Ferreira de Castro, nessa altura vivendo tempos difíceis de fome e privação. Ambos se envolvem numa paixão tórrida. Diana tinha já 34 anos e Ferreira de Castro menos seis. Pretendem casar-se, mas os pais dela opõem-se à sua união com um homem sem futuro nem profissão e deserdam-na. Juntam-se em 1927 e vão viver para uma casa térrea, sem água nem luz elétrica, na Rua Tenente Espanca, frente à atual sede da Fundação Calouste Gulbenkian.
No ano seguinte, Ferreira de Castro publica “Emigrantes”, o seu primeiro grande romance. A vida do casal melhora um pouco. Em 1929, depois de uma visita a Paris e a Andorra, Maria Eugénia adoece de tuberculose e o Escritor leva-a para a sua casa natal de Osselas (Oliveira de Azeméis), tentando uma mudança de ares que lhe seja favorável. Em vão. Aí morre a 27 de Maio de 1930, ano em que é lançada “A Selva”, a imortal obra prima de Ferreira de Castro, que conhece um sucesso estrondoso em Portugal e além-fronteiras.
O Escritor vai então dedicar-se à tarefa de coligir, organizar e procurar Editor para a publicação dos escritos da mulher. Tarefa difícil, porque, como o próprio Ferreira de Castro viria a referir, ela «escrevia pelo puro prazer de escrever e quando isso lhe era voluptuoso. Depois, abandonava os seus trabalhos, quase os esquecia». Assim, aparece em 1931 “Pedras Falsas”, uma coletânea de pequenas novelas, crónicas e cartas, quase todas publicadas no “Correio da Manhã”, prefaciada pelo seu companheiro, o qual, logo de início, confessa:
«Devo, talvez, a este livro o estar ainda vivo. Se não fora o desejo de o publicar, eu teria seguido, possivelmente, a sua autora, quando a morte ma roubou. (…) Disse-lhe eu, que os seus livros, quaisquer que fossem os esforços a fazer seriam publicados ».
Dando cumprimento ao prometido, surge, passado um ano, “Memórias de uma Mulher da Época”, uma novela de maior fôlego e mais vasta ambição. Foi a sua última obra póstuma. Entretanto, o próprio Escritor, consumido pelo desgosto, tinha adoecido gravemente com uma septicemia e tentara o suicídio. Conseguiu sobreviver e foi convalescer para a Madeira, onde escreveu “Eternidade”, que lhe dedicou e se revelou como um grito de revolta contra o fatalismo biológico do homem.
A sua biografia inclui Diálogos, Cartas Femininas, Crónicas e Pequenas Novelas.
Em sessão de 18 de Abril de 1934, a Câmara Municipal de Évora, a pedido do Grupo Pró-Évora, deliberou homenageá-la, colocando o nome Diana de Lis ao troço de estrada paralela à Avenida Dinis Miranda e perpendicular às Avenidas Dr. Barahona e Grande Guerra. A Lápide foi patenteada no dia 27 de Maio desse mesmo ano.

Fonte. “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira” (Volume 11, Pág. 190)
Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 142 e 143).
Fonte: “Dicionário no Feminino” (Séculos XIX-XX)
Fonte. “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira” (Volume 15, Pág. 190)
Fonte: “Évora Mosaico”, (Revista Editada pela Câmara Municipal de Évora, nº 04, Janeiro, Fevereiro e Março de 2010)
Partilhar isto:
Mais Notícias
HALLOWEEN COM TIM BURTON NA SALA DOS ATOS
Para comemorar o Halloween , vai ser projetado hoje, dia 31 de outubro, na Sala dos Atos da Escola Secundária...
Recordar Miguel Torga no Mês Internacional das Bibliotecas Escolares
No âmbito da celebração do Mês Internacional das Bibliotecas Escolares, comemorou-se, na Escola Secundária Severim de Faria, um escritor,...
SUPERCHARGED BY AI – Exposição sobre Inteligência Artificial na Biblioteca da Escola Severim de Faria
Uma nova intervenção criativa sobre os efeitos da IA na nossa vida online. Encontra-se patente ao público escolar, na Biblioteca da...
Exposição em S. Clara – “Mãos musicais e Mãos que trabalham”
Para comemorar o Dia Mundial da Música na Escola de S. Clara, foi realizada, pelos alunos do 6ºano, turmas B,C,E...

 
                                         
                                        


Average Rating