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No âmbito das comemorações dos 50 anos do 25 de abril e do Projeto “Abril depois de Abril”, no dia 17 de abril, pelas 10 horas, na Sala de Atos da Escola Secundária Severim de Faria, deu-nos a honra da sua presença a Dra. Aurora Rodrigues, Magistrada do Ministério Público, jubilada e lutadora incondicional pela liberdade e pela justiça.
Na sua obra “Gente comum“, livro que representa um testemunho da sua vida e da sua luta antes e depois do 25 de abril de 1974, são transmitidas, de forma intensa e arrasadora, a força e a resistência contra todas as formas de opressão a que os seres humanos podem ser sujeitos.
Nascida numa família humilde, num monte perto de Mértola, contrariando a corrente neorrealista e o pré-determinismo, contra todas as expetativas, conseguiu fazer a quarta classe, continuar os seus estudos secundários e superiores e formar-se em Direito, vindo a tornar-se Magistrada do Ministério Público, na cidade de Évora.
Perante uma audiência extremamente interessada e atenta, constituída por turmas dos Cursos de Humanidades, dos Cursos Profissionais e docentes, de forma expressiva e eloquente, Aurora Rodrigues relatou muitos episódios marcantes da sua vida, nomeadamente os que ocorreram durante a sua prisão, no Forte de Caxias, em 1973: as humilhações e torturas a que foi sujeita.
Para conseguir aguentar todas as sevícias , serviu-se de algumas estratégias de autoajuda tais como: a disciplina; não chorar; não dizer palavrões; pensar que ia ser feliz e cantar.
Porque, segundo as suas próprias palavras, “prenderam-lhe o corpo mas não lhe prenderam mais nada“, o seu espírito permaneceu sempre livre e vigilante.
A título de curiosidade, uma das canções que a ajudava a manter-se “livre” e lhe deu coragem para não desistir, foi a Ronda do Soldadinho, de José Mário Branco, que a seguir se apresenta.

Um e dois e três
Era uma vez
Um soldadinho
De chumbo não era
Um soldadinho
De chumbo não era
Como era
O soldadinho
Um menino lindo
Que nasceu
Num roseiral
O menino lindo
Não nasceu
P’ra fazer mal
Que nasceu
Num roseiral
O menino lindo
Não nasceu
P’ra fazer mal
Menino cresceu
Já foi à escola
De sacola
Um e dois e três
Já sabe ler
Sabe contar
Já foi à escola
De sacola
Um e dois e três
Já sabe ler
Sabe contar
Menino cresceu
Já aprendeu
A trabalhar
Vai gado guardar
Já vai lavrar
E semear
Já aprendeu
A trabalhar
Vai gado guardar
Já vai lavrar
E semear
Um e dois e três
Era uma vez
Um soldadinho
De chumbo não era
Como era
O soldadinho
Era uma vez
Um soldadinho
De chumbo não era
Como era
O soldadinho
Menino cresceu
Mas não colheu
De semear
Os senhores da terra
O mandam p’rà guerra
Mas não colheu
De semear
Os senhores da terra
O mandam p’rà guerra
Morrer ou matar
Os senhores da guerra
Não matam
Mandam matar
Os senhores da guerra
Não morrem
Mandam morrer
Não matam
Mandam matar
Os senhores da guerra
Não morrem
Mandam morrer
A guerra é p’ra quem
Nunca aprendeu
A semear
É p’ra quem só quer
Mandar matar
Para roubar
Nunca aprendeu
A semear
É p’ra quem só quer
Mandar matar
Para roubar
Um e dois e três
Era uma vez
Um soldadinho
De chumbo não era
Como era
O soldadinho
Era uma vez
Um soldadinho
De chumbo não era
Como era
O soldadinho
Dancemos meninos
A roda
No roseiral
Que os meninos lindos
Não nascem
P’ra fazer mal
A roda
No roseiral
Que os meninos lindos
Não nascem
P’ra fazer mal
Soldadinho lindo
Era o rei
Da nossa terra
Fugiu para França
P’ra não ir
Morrer na guerra
Era o rei
Da nossa terra
Fugiu para França
P’ra não ir
Morrer na guerra
Soldadinho lindo
Era o rei
Da nossa terra
Fugiu para França
P’ra não ir
Matar na guerra
Era o rei
Da nossa terra
Fugiu para França
P’ra não ir
Matar na guerra
Fonte: Musixmatch
https://www.google.com/search?q=a+ronda+do+soldadinho&rlz=1C1YTUH_pt-(acedido em 18/4/2024)(Sem assunto) (1) (Sem assunto) (2)
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